sexta-feira, 9 de março de 2007

Os primórdios

Os primórios

Irecê é um nome indígena, dado pelo Tupinólogo Teodoro Sampaio, em substituição ao nome Carahybas. Irecê significa “pela água, à tona d’água, à mercê da corrente.
Para sabermos um pouco mais da história de nossa cidade, é preciso voltarmos num tempo longínquo e conhecermos os primeiros donos destas terras.

No ano de 1624 a Bahia começou a ser invadida pelos holandeses. Naquela época um homem se destacou, porque lutou bravamente contra os invasores. Chamava-se Antônio de Brito Corrêa, pai de Antônio Guedes de Brito.

Antônio Guedes de Brito residia em Morro do Chapéu, desde o ano de 1663 e carregava no sangue a valentia do pai. Em sua época a região do Rio São Francisco vivia atormentada por bandidos, mamelucos e negros aquilombados.
Incumbido pelo rei de Portugal para pacificar a região do São Francisco, Antônio Guedes de Brito entrou em ação e em pouco tempo trouxe de volta a paz em toda a região. Como recompensa o rei lhe deu uma sesmaria remuneratória de 160 léguas de terras que abrangia a área de terras de Irecê e de diversas outras cidades da região, transformando-o no maior latifundiário de toda a Bahia.

O Conde da Ponte, João de Saldanha da Gama Mello Torres Guedes de Brito e a Condessa da Ponte D. Maria Constança de Saldanha Oliveira e Souza, desmembraram, no dia 21 de fevereiro de 1807, a sesmaria remuneratória. Retiraram da grande sesmaria uma porção de terras que denominaram Barra de São Rafael e venderam para Filipe Alves Ferreira e Antônio Teixeira Alves, pela quantia de 1.200$000 (um conto e duzentos mil réis).

21 de fevereiro de 1807 foi um marco para a história de Irecê, porque nesta data comercializou-se pela primeira vez, os terrenos onde se ergueu a atual cidade de Irecê, conhecida naquela época como Lagoa das Caraíbas ou Brejo das Caraíbas.

Como se tratava de um latifúndio gigantesco, Barra de São Rafael foi desmembrada. Do grande latifúndio retirou-se uma porção de terras denominada Lagoa Grande que foi vendida a Joaquim Alves Ferreira, Joaquim Gomes Pereira e Domiciano Barbosa Pereira, os quais venderam para João José da Silva Dourado em 29 de Agosto de 1840.

Os Primeiros habitantes

Três décadas depois, ou seja, no ano de 1877, Antônio Alves de Andrade , Hermógenes José Santana, Sabino Badaró, Joaquim José de Sena, Deoclides José de Sena, José Alves de Andrade, Benigno Andrade, entre outros, chegaram em Lagoa das Caraíbas e encontraram abundantemente água, caça e terrenos férteis, requisitos básicos para a sobrevivência deles.

Estes moradores habitaram inicialmente embaixo duma quixabeira secular, que se encontra até os dias de hoje, na Av. Tertuliano Cambuí, no quintal de dona Nita. Depois construíram suas casinhas de enchimento, desmataram parte das terras e começaram a desenvolver a agricultura e a pecuária.

Anos depois chegaram aqui os herdeiros dos terrenos, entre eles Martiniano Marques Dourado e Clemente Marques Dourado, descendentes de portugueses. Estes cidadãos e muitos outros promoveram o desenvolvimento de Irecê, produzindo milhares de arroubas de algodão, criando centenas de cabeças de gado e trazendo produtos de fora para serem vendidos entre os habitantes locais.

Colonização

Os legítimos donos da fazenda Lagoa Grande fizeram uma expedição visando conhecer seu enorme latifúndio que já estava sendo habitado por pessoas estranhas. A expedição foi organizada por Martiniano Marques Dourado, Clemente Marques Dourado, Teotônio Marques Dourado Filho, Benigno Marques Dourado, João Dourado, Herculano Galvão Dourado, Manoel de Castro Dourado, entre outros, que alcançaram um lugar denominado "Novo Mundo" que mais tarde se tornou distrito de Morro do Chapéu e atualmente é o município de América Dourada.

Caraíbas

O título de fundador de Caraíbas é atribuído a Aristides Rodrigues Moitinho, que juntamente com Teotônio Marques Dourado Filho e com o Cel. Terêncio Dourado, chefe de polícia da Bahia, conseguiram criar em 1906 um distrito de Paz de subdelegacia de Polícia de Morro do Chapéu, com a denominação de Caraíbas.

Criação do município

O município de Irecê foi criado em 02/08/1926, pela lei 1896, assinada no Palácio do Governo por Francisco Marques de Góes Calmon, com a denominação de Vila de Irecê.

Independência política

O município de Irecê foi criado em 02 de agosto de 1926, mas sua criação foi revogada por força do Decreto Lei Estadual, 7.479, assinado no Palácio do Governo, por Arthur Neiva – Bernardino José de Souza. Irecê voltou a ser uma simples vila de Morro do Chapéu.

Irecê continuou sendo vila de Morro do Chapéu até a assinatura do Decreto Lei Estadual, nº 8.452, de 31 de maio de 1933, assinado no Palácio do Governo por Juracy M.M. Magalhães.

31 de maio de 1933 é a data em que se comemora o aniversário de Irecê, pois nesta data o lugar saiu da condição de vila e foi restabelecido como município, ganhando plena autonomia político-administrativa.

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Informações extraídos dos livros
Irecê – História, Casos e Lendas , 2ª Edição
Irecê – Um Pedaço Histórico da Bahia,
do escritor Jackson Rubem. Adquira os livros para saber mais
e leia o jornal O Brasileirinho editado por ele.
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4 comentários:

D.A.SEC. UFBA disse...

Parabéns pela pesquisa, sou de Salvador e tenho alguns parentes em Irecê, Ibititá e principalmente Canoão. Sucesso!

D.A.SEC. UFBA disse...

parabéns pela pesquisa.
Sou de Salvador e tenho parantes em Irecê e Canoão. Sucesso!
Att,
RAFAELA ARAUJO

Alecio_Juninhø disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alecio_Juninhø disse...
Este comentário foi removido pelo autor.